Por: Portal FolhaPE
Subiu de 23 para 41 o número de pessoas notificadas que alegam terem sido furadas por agulhas durante as festas de Carnaval em Recife e Olinda, na Região Metropolitana da capital, e também no município de Orobó, no Agreste, segundo dados divulgados no fim da tarde desta segunda-feira (24) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Das 41 pessoas notificadas pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs) do dia 15 ao dia 23 deste mês, 25 são do sexo feminino e 16 masculino.
De acordo com a SES, após triagem no Hospital Correia Picanço, localizado na Zona Norte do Recife, local que é referência estadual em doenças infecto-contagiosas, 33 pacientes realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções.
As outras oito pessoas ou se recusaram a fazer o teste rápido – que é pré-requisito para o uso da medicação e tratamento -, ou já tinham passado do período de 72 horas preconizadas para início da medicação. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias, para conclusão do tratamento.
Ainda de acordo com a SES, os pacientes também foram orientados a realizarem o monitoramento permanente de possíveis infecções no próprio Hospital Correia Picanço, ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE) dos municípios de São Lourenço da Mata (Hospital e Maternidade Petronila Campos); Caruaru (UPA Vassoral), Pesqueira (Hospital Dr. Lídio Paraíba) e Serra Talhada (Hospital Professor Agamenon Magalhães – Hospam).
A Secretaria de Saúde do Estado ressalta que os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média 0,3%. Todos os pacientes também receberam a indicação de procurarem os órgãos policiais para investigação das ocorrências, já que as investidas podem ser tipificadas como crime.
Em 2019, cerca de 300 pessoas deram entrada no Hospital Correia Picanço alegando terem sido furadas por seringas durante o Carnaval, mas não houve casos positivos relacionados as agulhadas.
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que recebeu, neste Carnaval, denúncias de 25 pessoas relatando terem sido picadas ou sentido pontadas causadas por algum tipo de objeto perfurocortante. Dez denúncias ocorreram no sábado (22) e 15 foram feitas no domingo (23). A PCPE instaurou inquérito e está apurando os fatos.
No ano passado, de todos os casos relatados, apenas duas pessoas prestaram depoimentos à polícia. Retratos falados foram feitos, diligências, análise de imagens, mas os inquéritos não identificaram suspeitos devido à ausência de elementos, assim como uma possível motivação para essas ações, de acordo com a PCPE.
Um posto policial de atendimento 24 horas foi montado no hospital correia picanço para colher depoimentos, fazer perícias, diligências e buscar imagens das câmeras de videomonitoramento com o objetivo de identificar e capturar suspeitos em praticar as agulhadas.