Por Carlos Britto
O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), pediu esclarecimentos ao Governo de Pernambuco sobre a campanha de imunização, após tomar conhecimento de que a capital Recife anunciou vacinação para os professores antes de todos os demais municípios pernambucanos. Para o gestor sertanejo, a prefeitura da Capital tem recebido tratamento diferenciado por ser governada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e cobra a vacinação para os educadores de todos os municípios no mesmo período.
Miguel lembrou que, na segunda (26), um dia antes do anúncio da vacinação para professores no Recife, houve uma reunião com secretários de Saúde dos municípios, governo do Estado e Ministério Público pactuando que nenhuma cidade poderia avançar a imunização para outra categoria antes de concluir a a aplicação das doses nos profissionais de saúde.
A Prefeitura de Petrolina – assim como todas as demais, inclusive a do Recife – acatou a recomendação. A mudança de estratégia anunciada pelo prefeito da capital, João Campos (PSB), no dia seguinte, surpreendeu o gestor de Petrolina, que decidiu manifestar indignação com a quebra de acordo e a conivência do governo estadual.
Miguel lembrou ainda que o anúncio antecipado pressiona todos os municípios, causando um conflito com a categoria dos professores. “Quando a Prefeitura do Recife anuncia a vacinação dessa forma, com a conivência do Governo do Estado, viola o que foi acordado. E mais, ainda joga toda a categoria dos professores contra os prefeitos pernambucanos. Se no Recife pode vacinar, em Petrolina, ou outra cidade também deve ser assim. Não pode uma prefeitura só porque é do PSB ter mais direito que todas as outras. Todos os professores merecem vacina“, declarou.
Pimentel
Quem também demonstrou indignação foi o prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel (PSL). Segundo ele, trata-se de um desespeito com todos os pernambucanos que vivem fora do Recife. “Pedi explicações ao governador Paulo Câmara e cobrei do secretário André Longo um tratamento isonômico para com todos os municípios. Todos nós estamos passando esse constrangimento em nossos municípios, enquanto assistimos à Prefeitura do Recife transformar uma ação humanitária numa midiática e inoportuna ação de promoção pessoal“, criticou, cobrando também que a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) tome alguma providência.