Por Carlos Britto
Após mais de uma semana de greve, quase 2 mil policiais civis de todas as regiões de Pernambuco ocuparam as ruas do Recife nesta quarta-feira (23) em mais uma passeata pela campanha salarial e funcional. A concentração teve início às 15h na sede do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) local, de onde saíram por volta das 18h30 pelas principais vias do Centro do Recife, passando pelas avenidas Cruz Cabugá e Conde da Boa Vista, em direção à Assembleia Legislativa (Alepe), onde deliberaram os novos rumos do movimento.
A assembleia ocorreu na Rua da Aurora, em frente à Alepe, com discursos sobre a falta de diálogo do governo do Estado com a classe, que está na luta pela valorização salarial e funcional há mais de um ano. Ao final da assembleia, a maioria dos Policiais Civis presentes deliberou pela rejeição da proposta do governo e pela suspensão da greve. No entanto, a categoria deverá manter a operação-padrão por tempo indeterminado. Em Petrolina, os policiais se concentraram na delegacia do Ouro Preto/Jardim Maravilha para acompanhar a manifestação, como este Blog divulgou.
O presidente do Sinpol-PE, Rafael Cavalcanti, parabenizou toda a categoria pela presença no ato e pela decisão, que considerou “sensata”. “Vamos agora partir para a Operação Polícia Cidadã (OPC), por tempo indeterminado, até nossa valorização chegar, porque a categoria rejeitou a proposta do Governo e está empenhada em buscar sua valorização a todo custo”, ressaltou.
Os policiais civis pernambucanos estão sem aumento desde 2019 reajustado pela inflação – ou seja, quatro anos sem aumento real. O Estado propôs um aumento salaria de 20% para a categoria, mas com pagamento só para o mês de julho. Segundo o Sinpol-PE, isso é insuficiente para cobrir as perdas com a inflação. O Sindicato reivindica o mesmo reajuste dado aos professores (35%). Além disso, a entidade pede melhores condições de trabalho, já que os policiais trabalham em equipamentos públicos sucateados. O Sinpol-PE alega que o Estado é o 22° no país que menos investe em Segurança Pública e a categoria de base tem um dos piores salários do país.