WASHINGTON – Conforme era esperado, o Senado americano absolveu o presidente do país, Donald Trump, das acusações de abuso de poder e obstrução de Justiça, encerrando o julgamento de impeachment que dividiu ainda mais os dois partidos políticos e forneceu um cenário amargo para a campanha presidencial de 2020.
Na acusação de abuso de poder, o placar final foi de 52 votos pela inocência, e de 48 pela culpa. A votação seguiu quase inteiramente linhas partidárias, com uma única exceção — o republicano Mitt Romney desertou e votou a favor da destituição de Trump. Eram necessários 67 votos, uma maioria de dois terços, para o presidente ser removido do cargo.
Análise:Após ‘semana perfeita’, Trump lança as bases da reeleição
A deserção de Romney foi a primeira em um caso de impeachment do partido no poder até hoje. Da mesma maneira, nunca antes o partido opositor — no caso, o democrata — tinha votado unanimamente a favor da destituição.
Na segunda votação, na acusação de obstrução do Congresso, Romney votou junto de seu partido, enquanto os democratas permaneceram unidos, o que fez com que o placar fosse de 53 a 47.
Romney, o candidato presidencial republicano de 2012, que já havia criticado Trump por outros assuntos, disse que o presidente era “culpado de um abuso terrível da confiança pública” e que sua decisão foi tomada por uma “convicção inevitável de que meu juramento perante Deus exigia”.
Blog do Guga Chacra:Precisamos de mais políticos como Romney
— O que ele fez não foi perfeito. Não, foi uma flagrante agressão a nossos direitos eleitorais, nossa segurança nacional e nossos valores fundamentais. Corromper uma eleição para manter-se no cargo é talvez a violação mais abusiva e destrutiva do juramento de cargo que eu possa imaginar — afirmou.